A Flauta Doce

Este Blog tem o objetivo de protestar sobre a qualificação da Flauta Doce no Brasil e especialmente na Bahia. Por tratar-se de um Instrumento Musical de fácil acesso aquisitivo, são adquiridos brinquedos que se chamam flauta doce de má qualidade, para a criança soprar a vontade. Para resolver este impasse resolvi me unir a todos os que se dedicam em subir o nível da flauta doce e começar falando sobre a sua história, repertório, técnica e o melhor modelo de flauta feita de resina, não esquecendo que a flauta doce de madeira feita no Brasil (por causa do clima é o melhor). Mãos a obra e estaremos juntos na participação deste Projeto que se chama: Flauteando Docemente

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012



         INDICAÇÕES TÉCNICAS PARA EXECUTAR A FLAUTA DOCE






POSTURA (segundo Jacques Hoteterre le Romain 1680-1751 )  
((vide figura acima e seguir as letras do esquema de acordo as letras apresentadas)) 


A.    Colocar o “pico” entre os lábios, introduzindo o menos possível na boca.

B.     O extremo inferior (o pé) estará colocado ao redor de 30 cm de distancia do corpo (levando em consideração a formação corporal de cada flautista: alto, baixo, braços longos ou curtos). Colocando as mãos sobre a flauta sem contrair-las. Não levantar os cotovelos. E sim deixar cair relaxados perto do corpo.

C.     Mão Esquerda Acima

D.    Mão Direita Abaixo


COMPLEMENTOS IMPORTANTES

Não tapar os orifícios com os extremos dos dedos.
Avançá-los sobre a flauta, com a extremidade do dedo sobre passando o orifício ao redor de meio centímetro.
O dedo médio por ser mais longo que os demais, se dobrará um pouco para que caia exatamente sobre o orifício e possa tapá-lo com mais facilidade.







EMISSÃO E CONTROLE DO AR

Uma boa respiração intercostal relaxada e profunda, juntamente com o uso ativo e consciente do diafragma, são as condições básicas para poder dosificar corretamente o ar necessário para a emissão e execução. Devemos conhecer a pressão do ar para cada som, manejando-os adequadamente nos diferentes registros da flauta doce.

A afinação de cada som está determinada por uma “pressão de ar” apropriada. Devemos soprar com sutilezas, frente às modificações da pressão, o qual nos direcionará à obtenção de um som flexível e expressivo.

OBS: A Flauta Doce construída sobre modelos antigos (tem o canal “portavento” muito estreito, permitindo assim maiores mudanças de pressão, sem variar a afinação do som. Ela não é um instrumento sem expressão e carente de matizes dinâmicos. Mais não devemos esquecer que ela possui menores possibilidades de exercer as dinâmicas. Mais podemos extrair uma sutil gama de matizes.




 Sobre a sonoridade da Flauta Doce, alguns autores especializados, chamam a atenção sobre as possibilidades de ressonância da cabeça através da cavidade laríngea oral e nasal como um complemento para a emissão do som. Os sons graves podem ser comparados com a voz de peito e os agudos como voz de falsete. Podendo assim conseguir excelentes agudos suaves sem forçar e provocar um som estridente e desagradável.














RESPIRAÇÃO


                                            


 Antes de tocar flauta, temos que encontrar o tempo suficiente para inspirar o ar necessário pelo nariz. Mas durante a execução a única possibilidade é retomar o ar pela boca. Como fazê-lo? Respirar rapidamente desde a base do diafragma, tendo na mente a imagem do gesto que fazemos quando somos surpreendidos repentinamente por algo.

Para isto abreviamos sempre a duração da nota anterior à respiração sem modificar o ritmo. As passagens rápidas com semicolcheias contínuas em especial tornam-se difícil para a respiração no meio da execução.

Para solucionar sem prejudicar a execução, devemos marcar antecipadamente os lugares apropriados sem cortar a frase, e tomar o ar rapidamente, suspendendo a fluência rítmica, sem golpear a nota ao ser cortada, para assim ocultar a respiração.



Como regra geral não se pode desaproveitar a oportunidade para tomar o ar. Mais não podemos chegar ao extremo, sobrecarregando o ar inutilmente. Dificultando assim o fluir correto da emissão. Onde a quantidade de ar a ser tomada deve ser proporcional á frase que se deseja executar.

Muitas passagens com problemas de falta de ar podem ser resolvidas facilmente aspirando um pouco mais que o necessário nas respirações anteriores reservando assim o ar para situação critica.




EXERCICIO DE QUANTZ


VIBRATO

É importante ter um vibrato natural e expressivo. E dominar o som liso e relaxado que é à base de uma correta execução.
Evitar o vibrato nervoso e mecânico.
Quando o som está bem relaxado, o que consiste num diafragma relaxado, o vibrato é lento e suave.

REGRA GERAL:

O Vibrato empregado em notas longas, para dar ênfase á melodia e a terminação de frase.
Na Música Antiga para Conjunto de Flauta Doce, o vibrato quase não é utilizado.
A partir da primeira metade do século XVI, o vibrato começa a ser utilizado como adorno.


EXPRESSÃO (Performance)

 Sylvestro GANASSI del Fontego (1492-?) : Fontegara, la qual e insegna di sonare di flauto (Veneza, 1535). Foi o primeiro livro de instruções para flauta doce. Nessa época o instrumento não tinha fabricação em série e ele adverte seu leitor para as possíveis modificações de dedilhados, principalmente nas notas agudas. Ele também trata de respiração, articulação e divisions (variações de complexidade crescentes para o intérprete executar).

 “Para tocar este instrumento chamado flauta doce, são necessários três fatores: sopro, dedos e língua. Em relação ao sopro, devemos ter como exemplo a voz humana, cuja emissão é de força média. Quando um cantor executa uma composição com palavras sérias, canta com uma expressão calma. Mas quando as palavras são alegres a sua expressão é imponente, orgulhosa, ufana. Quando desejamos emitir estes efeitos, na flauta doce, devemos começar com uma corrente de sopro moderado, de maneira que possamos incrementá-la o diminuí-la segundo o requerido. Portanto, será tocada uma melodia artística, com uma expressividade semelhante à voz humana, regulando o sopro com especial deliberação e habilidade, sobretudo empregar o bom gosto e descrição, se desejamos expressar, as graduações do som da flauta doce com suavidade.”

 EXERCITAÇÃO BÁSICA – COMO ESTUDAR

 Em relação à Emissão e Flexibilidade do Som, devemos praticar regularmente as notas longas, com uma pressão do ar junta e constante, procurando um som pleno e bem afinado.

Introduzir variações sutis na pressão do ar sem variar a afinação.


Utilizar melodias simples, exercícios cromáticos descendentes (do agudo para o grave) – MOYSE (para flauta transversal)

Exercícios com mudança de pressão e no porta-voz, nos distintos registros e perfeita afinação. (oitavas)


Vibrato normal e diafragmático, praticando notas longas.