INDICAÇÕES TÉCNICAS PARA EXECUTAR A FLAUTA DOCE
POSTURA (segundo Jacques Hoteterre le Romain 1680-1751 )
((vide figura acima e seguir as letras do esquema de acordo as letras apresentadas))
A. Colocar o “pico” entre os lábios, introduzindo o menos possível na boca.
B. O extremo inferior (o pé) estará colocado ao redor de 30 cm de distancia do corpo (levando em consideração a formação corporal de cada flautista: alto, baixo, braços longos ou curtos). Colocando as mãos sobre a flauta sem contrair-las. Não levantar os cotovelos. E sim deixar cair relaxados perto do corpo.
C. Mão Esquerda Acima
D. Mão Direita Abaixo
COMPLEMENTOS IMPORTANTES
Não tapar os orifícios com os extremos dos dedos.
Avançá-los sobre a flauta, com a extremidade do dedo sobre passando o orifício ao redor de meio centímetro.
O dedo médio por ser mais longo que os demais, se dobrará um pouco para que caia exatamente sobre o orifício e possa tapá-lo com mais facilidade.
EMISSÃO E CONTROLE DO AR
Uma boa respiração intercostal relaxada e profunda, juntamente com o uso ativo e consciente do diafragma, são as condições básicas para poder dosificar corretamente o ar necessário para a emissão e execução. Devemos conhecer a pressão do ar para cada som, manejando-os adequadamente nos diferentes registros da flauta doce.
A afinação de cada som está determinada por uma “pressão de ar” apropriada. Devemos soprar com sutilezas, frente às modificações da pressão, o qual nos direcionará à obtenção de um som flexível e expressivo.
OBS: A Flauta Doce construída sobre modelos antigos (tem o canal “portavento” muito estreito, permitindo assim maiores mudanças de pressão, sem variar a afinação do som. Ela não é um instrumento sem expressão e carente de matizes dinâmicos. Mais não devemos esquecer que ela possui menores possibilidades de exercer as dinâmicas. Mais podemos extrair uma sutil gama de matizes.
Pesquisar neste site: http://www.aflauta.com.br/recorder/histdoce01.html
Sobre a sonoridade da Flauta Doce, alguns autores especializados, chamam a atenção sobre as possibilidades de ressonância da cabeça através da cavidade laríngea oral e nasal como um complemento para a emissão do som. Os sons graves podem ser comparados com a voz de peito e os agudos como voz de falsete. Podendo assim conseguir excelentes agudos suaves sem forçar e provocar um som estridente e desagradável.
RESPIRAÇÃO
Antes de tocar flauta, temos que encontrar o tempo suficiente para inspirar o ar necessário pelo nariz. Mas durante a execução a única possibilidade é retomar o ar pela boca. Como fazê-lo? Respirar rapidamente desde a base do diafragma, tendo na mente a imagem do gesto que fazemos quando somos surpreendidos repentinamente por algo.
Para isto abreviamos sempre a duração da nota anterior à respiração sem modificar o ritmo. As passagens rápidas com semicolcheias contínuas em especial tornam-se difícil para a respiração no meio da execução.
Para solucionar sem prejudicar a execução, devemos marcar antecipadamente os lugares apropriados sem cortar a frase, e tomar o ar rapidamente, suspendendo a fluência rítmica, sem golpear a nota ao ser cortada, para assim ocultar a respiração.
Como regra geral não se pode desaproveitar a oportunidade para tomar o ar. Mais não podemos chegar ao extremo, sobrecarregando o ar inutilmente. Dificultando assim o fluir correto da emissão. Onde a quantidade de ar a ser tomada deve ser proporcional á frase que se deseja executar.
Muitas passagens com problemas de falta de ar podem ser resolvidas facilmente aspirando um pouco mais que o necessário nas respirações anteriores reservando assim o ar para situação critica.
EXERCICIO DE QUANTZ
VIBRATO
É importante ter um vibrato natural e expressivo. E dominar o som liso e relaxado que é à base de uma correta execução.
Evitar o vibrato nervoso e mecânico.
Quando o som está bem relaxado, o que consiste num diafragma relaxado, o vibrato é lento e suave.
REGRA GERAL:
O Vibrato empregado em notas longas, para dar ênfase á melodia e a terminação de frase.
Na Música Antiga para Conjunto de Flauta Doce, o vibrato quase não é utilizado.
A partir da primeira metade do século XVI, o vibrato começa a ser utilizado como adorno.
EXPRESSÃO (Performance)
Sylvestro GANASSI del Fontego (1492-?) : Fontegara, la qual e insegna di sonare di flauto (Veneza, 1535). Foi o primeiro livro de instruções para flauta doce. Nessa época o instrumento não tinha fabricação em série e ele adverte seu leitor para as possíveis modificações de dedilhados, principalmente nas notas agudas. Ele também trata de respiração, articulação e divisions (variações de complexidade crescentes para o intérprete executar).
“Para tocar este instrumento chamado flauta doce, são necessários três fatores: sopro, dedos e língua. Em relação ao sopro, devemos ter como exemplo a voz humana, cuja emissão é de força média. Quando um cantor executa uma composição com palavras sérias, canta com uma expressão calma. Mas quando as palavras são alegres a sua expressão é imponente, orgulhosa, ufana. Quando desejamos emitir estes efeitos, na flauta doce, devemos começar com uma corrente de sopro moderado, de maneira que possamos incrementá-la o diminuí-la segundo o requerido. Portanto, será tocada uma melodia artística, com uma expressividade semelhante à voz humana, regulando o sopro com especial deliberação e habilidade, sobretudo empregar o bom gosto e descrição, se desejamos expressar, as graduações do som da flauta doce com suavidade.”
EXERCITAÇÃO BÁSICA – COMO ESTUDAR
Em relação à Emissão e Flexibilidade do Som, devemos praticar regularmente as notas longas, com uma pressão do ar junta e constante, procurando um som pleno e bem afinado.
Introduzir variações sutis na pressão do ar sem variar a afinação.
Utilizar melodias simples, exercícios cromáticos descendentes (do agudo para o grave) – MOYSE (para flauta transversal)
Exercícios com mudança de pressão e no porta-voz, nos distintos registros e perfeita afinação. (oitavas)
Vibrato normal e diafragmático, praticando notas longas.